— BREAD IN THE OVEN!

New Orleans, a cidade famosa por seus grandes festivais, sua cultura divertida e seus pontos turísticos. Infelizmente, nenhum dos motivos citados era a justificativa de minha viagem. Meu único objetivo era Christopher Havenflow.

Respirei fundo antes de atravessar o portão de ferro que marcava a entrada da grande casa, indo em passos rápidos e firmes até sua entrada. Duas batidas rápidas foram o necessário para que um dos bruxos da Academia Saint Harris abrisse a porta, logo encarando-me com as sobrancelhas arqueadas e um olhar um tanto intimidador, o que entrara em contraste com sua face fisicamente calma e adorável.

— Posso ajudá-la? — Ele perguntou em voz alta e clara.

— Eu me chamo Rawena, uma grande amiga de seu Supremo. — O respondi em um cruzar de braços, dando mais um passo em direção a porta de entrada. —  Preciso falar com Christopher.

— Ele não está, acho que foi resolver algo na Miss Rochibaux. Você pode esperar ou deixar um recado.  —  Ele deu de ombros, abrindo espaço para que eu entrasse na casa. —  A propósito, eu me chamo Uriel.

Sem responde-lo, deixando no ar apenas um de meus sorrisos de pura insignificância. A sala em que adentrara era ampla e com poucos móveis, de forma muito mais moderna e bonita do que eu imaginava. Quando ouvi a porta fechar atrás de mim e os passos do jovem bruxo começaram a se tornar distantes, não tardei a começar a caminhar pelo local em pura curiosidade. Passando de corredor em corredor, percebi que a boa decoração era reservada a apenas espaços públicos, pois a maioria dos quartos se encontrava em uma situação deplorável. Subindo alguns andares e abrindo algumas portas, logo me encontrei de frente a uma porta dupla de madeira escura. A empurrei sem muita dificuldade, já que a mesma não se encontrava trancada, e me deparei com um quarto extremamente organizado e bem decorado, logo tentando imaginar a quem pertencia.

— Quem é você? — Uma voz grave perguntou atrás de mim, me fazendo sorrir. — Quem te deixou entrar?

— Me sinto ofendida por não me reconhecer de imediato. — Soltei o porta retratos que segurava, onde se encontrava uma foto de Christopher junto a uma garota, o colocando novamente a cabeceira da cama. Virei-me e sorri, observando-o. Ele parecia um tanto irritado e confuso em me encontrar ali. — Também é ótimo te ver de novo.

— BREAD IN THE OVEN!

Surpreendida por um abraço um tanto forte demais e um longo questionário, revirei meus olhos. Quando o mesmo se afastou e eu finalmente consegui a chance de começar a falar o que precisava, o nervosismo começara a crescer, como se meu coração bombeasse duas ou três vezes mais rápido. Eram apenas três pequenas palavras, eu iria conseguir.

— Pelos deuses, Christopher, você não consegue calar a boca? Está me dando dor de cabeça. — Forcei um sorriso, massageando a têmpora e desviando o olhar logo em seguida. Foco. — Eu esperava não te ver mais, mas as circunstancias não me permitem ficar completamente longe de você. E antes que pense besteira, não, eu não estou apaixonada.

Apontei para a cama, sentando-me ao lado dele logo em seguida. Seu olhar de confusão logo se tornou o mais puro nervosismo. Sabia que agora o real motivo de eu estar ali já havia passado por sua mente. Pousei minha mão sobre a coxa do rapaz e suspirei.

— Eu não estou pedindo que assuma nenhuma responsabilidade. Você sabe como eu sempre me virei sozinha e eu posso continuar fazendo isso, mas você precisa saber de toda a verdade. —Tirei a mão da perna do rapaz e a direcionei até a minha barriga, acariciando-a de leve. — Eu estou grávida. Parabéns, papai.